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Ano 6 Setembro/Outubro 2006 |
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Segurança no trabalho Projeto colabora com a prevenção de acidentes na construção civil

| Trabalhadores estão expostos a uma série de perigos. Estudo financiado pelo Programa Habitare mostra que grande maioria das situações pode ser evitada. Fotos cedidas pelo projeto. |
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São riscos de acidentes por choque elétrico, devido a fiações expostas. Riscos de queda devido à falta de utilização do cinto de segurança. Riscos de queda devido à utilização de formas inadequadas para atingir lugares mais altos.
Mas pode haver uma redução de mais de 90% das situações de “grave e iminente risco” de acidentes em um canteiro de obras. Um programa piloto desenvolvido na região metropolitana de Recife (PE) mostra que a implantação de um sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho traz ganhos significativos, tanto para trabalhadores quanto para empresas de construção civil.
Fundamentado em diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e em normas brasileiras, o estudo está possibilitando o desenvolvimento de um Sistema de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho, direcionado a micro e pequenas empresas de construção civil. O trabalho conta com recursos do Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), além de parceria de uma empresa de construção, do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae/PE) e do Sindicado da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE). A coordenação é do professor Béda Barkokébas Junior, da Universidade de Pernambuco (UPE), que conta com a colaboração de estudantes de mestrado e doutorado na execução da pesquisa.
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| Análise de risco

| Levantando as situações de risco, a equipe também indicou possibilidades de correção, como a necessidade de proteção lateral nas lajes. |
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Na primeira etapa a pesquisa permitiu que fossem identificadas as condições de segurança e higiene do trabalho nos canteiros de obras da empresa parceira. Para a execução de auditorias nos locais de trabalho foi elaborada uma lista de verificações baseada na Legislação Brasileira de Segurança e Medicina do Trabalho, com ênfase na Norma Regulamentadora-18, que trata de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
Além de levantar as situações de risco, a equipe indicou possibilidades de correção. Assim, ao longo dos 12 meses de implantação do programa houve uma redução de 88% de riscos de acidentes graves nos canteiros de obra da empresa. A documentação em imagens mostra o resultado desse trabalho, assim como a análise dos dados, que indica a queda dos itens com grave e iminente risco de 69 ocorrências para duas (um percentual de 97,1% de redução das situações de risco). Com relação aos itens em desacordo, também houve redução das ocorrências, passando de 69 para 12 (queda percentual de 82,6%).
Passivo de segurança
De acordo com a norma NR 28, que aborda tanto fiscalização como penalidades, é possível obter o passivo de segurança do trabalho. Esse índice representa o custo econômico que a empresa está sujeita a sofrer em autuação pelos órgãos competentes. Esse índice também foi levado em conta no trabalho e passou por uma redução considerável. Antes do diagnóstico chegava a mais de R$ 305 mil. Após a implementação das adequações passou a cerca de R$ 18 mil.
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| Procedimentos de segurança

| Um dos indicadores propostos é o índice de risco per capta, relativo aos trabalhadores em risco |
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Agora, com base nos procedimentos de execução de serviço do próprio Sistema de Qualidade-ISO 9001 da construtora, estão sendo elaborados Procedimentos de Execução de Serviço em Segurança. Cada procedimento descreve detalhadamente os processos de execução das diversas fases de uma obra de construção, focando as práticas de segurança que devem ser executadas. A equipe também está desenvolvendo indicadores de segurança. Entre eles, o indicador ou índice de risco per capta, relativo ao número de trabalhadores expostos e que oferece condições de identificar o grau de risco percentual de cada obra.
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| Saiba mais:
- Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2003) ocorrem no mundo cerca de 250 milhões de acidentes de trabalho e 160 milhões de doenças relacionadas ao trabalho. No que se refere aos acidentes fatais, ocorrem cerca de 1,1 milhões de acidentes excedendo os acidentes de trânsito (999.000), a violência (563.000), as guerras (502.000) e a AIDS (312.000).
- Com relação a acidentes de trabalho, o Brasil tem a maior taxa de mortalidade entre os países de economia estável, como Austrália, Canadá, Japão, Suíça, EUA, Áustria, Bélgica, França, Itália, e Espanha (OIT 2003).
- A OIT prevê ainda que as doenças relacionadas ao trabalho se duplicarão em 2020, se não forem implantadas medidas preventivas.
- No Brasil, o Ministério da Previdência Social (2006) indica que durante o ano de 2004 foram registrados 458.956 acidentes de trabalho, sendo 28.540 (6,22%) relativos à indústria da construção.
Fonte:
Artigo:
Indicadores de segurança do trabalho para direcionamento do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho
Autores:
Béda Barkokébas Junior (UPE/UNICAP)
Juliana C. Véras (UPE/FMR)
Eliane Maria G. Lago (UNICAP)
Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani (UPE)
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Informações e envio
de material:
Arley Reis
Redação e Edição
Mais informações sobre o projeto:
Béda Barkokébas Junior Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco - POLI/UPE 81 2119 3868 / 81 2119 3828
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